sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Sociologia (Parte I)

Com as férias eu pelo menos fico bem perdida no tempo, então se hoje é sexta-feira foi anteontem que fui a Sum Paulo. Isso mesmo, foi nessa última quarta-feira.
Pois bem, estávamos na Lapa, eu, meu irmão mais novo e meu pai.
Enquanto meu pai fazia a tal da entrevista resolvi levar o guri pra um sebo que tinha ali por perto só pra passar o tempo. Inclusive o nome do sebo: Sebolândia.
O garoto se meteu na sessão dos gibis e eu já estacionei logo de cara na prateleira dos Cd´s.

Sobre os sebos:
Se não foi a melhor invenção do homem moderno, foi a segunda melhor.
Compra-se, vende-se, troca-se. Livros, revistas, gibis, discos, cd´s, dvd´s.
E o melhor de tudo isso é que você pode se banhar de cultura com 10 reais no bolso.
Isso se você não resolver pegar o livro lá mesmo, sentar, e ler.
Pense comigo - o Governo deveria incentivar essa história de sebo, fazer desse país uma verdadeira Sebolândia, e ainda mais, permitiria o vai-e-vém de cultura a um preço razoavelmente acessível.


Voltando àquela tarde de quarta.
Depois de me cansar dos cd´s fui para os corredores.
Literatura Portuguesa, não. Biologia, não. Medicina, não. Literatura estrangeira, também não. Sociologia, não. Calma aí, até que sociologia seria uma boa...
Pega livro, lê sinopse, fecha livro. Pega livro, lê sinopse, fecha livro.
Pega livrão, não tem sinopse, título curto e grosso: Sociologia. É esse!
- Moça, por favor, quanto custa?
- Deixa eu ver. Custa 3D.
- Hãn? [não perguntei em qual dimensão estamos, só quero saber o preço!]
- Ah, ô aqui ó - ela me mostrou uma tabelinha de letras/números pendurada na parede.

Eis a tabela:
A- 2
B- 10
C- 6
D- 5

- Ah tá. Custa R$3,05 então?
- Não, querida. Custa 15.
- Ah, sim. Tem que multiplicar? [Genial! O sebo também ajuda os clientes a porem em prática sua capacidade de multiplicar].
- Isso mesmo!
- Ok, vou levar.

Abrindo a capa do livro no caixa, logo na página seguinte reparei escrito a caneta:
1º ano - Administração de Empresas
Marcos Roberto Mohacsi - Turma T

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Quanto ao Barshet e às lágrimas

É mais ou menos assim:
Antes de começar a contar; não faço questão que acredite, é uma instrução que tive durante a vida, faço apenas questão que entenda. Se não entender peço encarecida(mente) que não ouse comentar, o negócio é sério.
Ó, só:
Toda e qualquer alma antes de surgir nesse mundo não tinha sexo, massa ou forma.
Aí vem aqueles argumentos inconscientes da mente humana.
* De acordo com a Física de Newton - A matéria não existe se não houver massa. Massa não é massa se não houver energia nela contida.
* De acordo com a Química e o conceito do Octeto - Na natureza, todos os sistemas tendem a adquirir a maior estabilidade possível, formando e delimitando algo.
* Da Biologia do cara xis - Todo ser vivo sem exceção possui sexo, se não um, os dois juntos (os tais dos hermafroditas). Nunca nenhum. Caso contrário, seria impossível a reprodução.
Tá, estamos falando de quê? De alma. Um conceito longe de qualquer raciocínio humano, até porque é complicadíssimo imaginar um ser vivo sem sexo, convenhamos.
Voltando.
Está lá a alma. Livre, leve e solta pelo universo a fora(?). De repente a Força que sustenta e governa os astros com tudo o que neles existe resolve que está na hora dessa alma fulana descer à Terra. (No caso, essa Força seria o que chamamos de D-us. Desculpa se quebrei um paradigma na sua vida, mas ó, D-us não é de carne e osso e nem uma figura masculina, é uma Força).
Legal, essa alma então desce e dividi-se em dois sexos. Voilà!
"Dois sexos? Mas por quê professor?" (com a voz contorcida de Eduardo Lessi).
"Porque os seres vivos se reproduzem incessantemente para garantir sua constante de existência." [Daí o fato de D-us não ter sexo, não é necessário se reproduzir à medida que sua existência já é constante e permanente].
Nasce então um homem e uma mulher em lugares distintos do globo. Diz a Torah (Bíblia) que eles terão a chance de se cruzarem (no joking) pela vida ao menos uma vez, e com o famigerado livre-arbítrio decidirão se permanecerão juntos ou não.
Traduzindo - Existe alguém que sou eu por aí!
3 minutos
...E definitivamente não vou ficar procurando a me aventurar pra tentar encontrar o sexo oposto que me complete, pelo ordinário fato disso ir contra os meus costumes.
E é isso que me come o crânio, que me angustia.
Eu n-ã-o aguento ficar sozinha. Não é um sozinha de solidão, é um sozinha de um vazio-sem-vergonha-que-me-corta-o-peito.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Utopia às avessas

- Mãe, daqu..
- Oi, fala.
- Então, mãe, daqui a 2 semanas faço 15 anos e eu quer..
- Ah, Mariana! E você acha mesmo que íamos esquecer? Eu e o seu pai já conversamos sobre isso. Vamos alugar aquele buffet ali na Ponta da Praia, fazer uma super festa, você chama seus amigos!
- Não mãe, não!
- Tá, então o que você quer? A gente pode te dar uma viagem bem bacana, talvez um Cruzeiro.
- Não mãe, não quero festa, muito menos dar umas bandas de Cruzeiro. Eu só quero chamar meia dúzia de amigos pra bater um papo e comer um bolo aqui.
- Mas minha filha! São seu 15 anos, quin-ze!
- Sei lá, aos 57 a gente faz uma super festa, mãe, fica sussa.
- Menina, não irrita a sua mãe. Não tem nada pra comemorar aos 57 anos de idade!
- E aos 15 tem o quê?
...
- Oras...Você está virando uma mocinha! Já está entrando na adolescência, e essa data a gente precisa comemorar.
- Até aí aos 57 anos vou estar entrando na velhice. Não dizem que é a melhor idade, pois então. Esse negócio de fazer festa de vestido rosa aos 15 anos é balela.
- Tá, tá. Faz o que você quiser! Vai querer o dinheiro ao invés disso tudo então?
- Aí já é outra história, né mãe. Podemos estar recebendo dinheiro sim (Mariana faz cara de sacana).
- Tudo bem, aos 57 anos te dou.


Essa Mariana não existe. Mas essa mãe sim, aliás, só existe, por toda a parte. Sério, essa vida enquadradinha me irrita. Leva logo a menina pra saltar de paraquedas, qual o problema?

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Um pouco de existencialismo

Eu achava que tinha um problema sério até então, o de pensar demais e falar de menos. Parei de me considerar assim quando alguém me afirmou que sou carismática e nada introvertida.
Mas afinal, eu sou o que penso que sou ou sou o que os outros acham que sou?
A pergunta é confusa só que bem simples de interpretar.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Wonkavision - Power Bossa

Acorde cedo
Jogue pro alto
Todas as pedras do seu sapato
Pegue o celular
Tire ele do ar
De uma vez

Entre no carro
Vá pra bem longe
Logo depois de onde o sol se esconde
Deite na grama
E deixe o silêncio
Te ninar

Se você pensar em se arrepender
Lembre-se que não há nada a perder
Vou jogar tudo pro ar
Vou jogar tudo pro ar

Largue o emprego
Torre dinheiro
Não vista roupas o ano inteiro
Invente uma língua
Visite Cingapura

Escreva livros
Como John Fante
Transe em uma roda-gigante
Pinte o cabelo
Vire do avesso
A América

Se você pensar em se arrepender
Lembre-se que não há nada a perder
Vou jogar tudo pro ar
Vou jogar tudo pro ar